sexta-feira, 22 de abril de 2011

Do Planalto da Borborema - Emerge Campina Grande

As terras entre Fagundes e Bruxaxá continuavam desconhecidas em meados do século XVI. O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o primeiro a avançar ao norte de Bodopitá quando, numa das suas viagens, voltava das Piranhas trazendo índios bultrins ou ariús.

Descortinando uma imensa planície entre as duas serras (contrafortes de Bodopitá e dos brejos), presumivelmente, ele aqui preferisse aldeiar os índios. E, alcançando o lado setentrional da grande campina, reservara a margem dum riacho (Piabas) para a colonização daquela gente. Estava fundada a aldeia. E, porque sediara os silvícolas na campina grande, a aldeia tomara o nome a esta circunstância geográfica.

Não é fácil apreciar os motivos que orientaram o grande desbravador a se desviar do itinerário da capital já se encontravam, vindo no ano seguinte um frade do convento de Santo Antonio para catequizá-los.

A farinha de mandioca foi o primeiro fator de comércio da aldeia ou povoado de Campina Grande com o interior da capitania. Antes de desenvolver-se a produção deste cereal, é provável que o itinerário das boiadas que, dos sertões desciam para o mercado de Olinda ou Goiana, fosse pela altura do povoado da Travessia (mais tarde Milagres e São João do Cariri), Boqueirão e brejo pernambucano. Pela Campina passavam apenas os boiadeiros do Seridó.

Assim, Campina se tornou rota de abastecimento de mantimentos aos boiadeiros, entre o sertão e a Capitania.


(Fonte: Epaminondas Camâra in Os Alicerces de Campina Grande, 1999)

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